Costuma-se encarar o audiovisual apenas como recurso didático. De fato, ele pode ser assim empregado, com resultados diretamente proporcionais ao repertório do educador na área e à sua capacidade de aproveitar-se da linguagem para trabalhar determinados conteúdos de aprendizagem e de produção do conhecimento. Trata-se, no entanto, de maneira restrita de analisar o potencial dos meios audiovisuais na formação de crianças e jovens.
Mais do que ferramenta paradidática, o produção cultural
em forma de imagens e sons pode ser incorporada pelo sistema educacional como
matéria curricular, como conteúdo programático, como objetivo pedagógico em si.
Os caminhos a percorrer em direção a um cenário de plena integração e
enraizamento do audiovisual nos ensinos fundamental e médio
envolvem dois aspectos predominantes:
a) a necessidade de qualificação específica do educador
em relação à linguagem audiovisual, o que implica, entre outras políticas, a
inserção do tema já nos cursos de formação de docentes, tanto no ensino médio
quanto na graduação específica em Pedagogia e nas licenciaturas das diversas
áreas do conhecimento.
b) a necessidade de inserção do audiovisual em grades
curriculares, projetos multidisciplinares e atividades extracurriculares dos
ensinos fundamental e médio.
Da maneira como se apresentam hoje, tanto a formação de
docentes no país quanto o planejamento curricular nos ensinos fundamental e
médio não só desprezam as possibilidades de uso do audiovisual para a produção
do conhecimento, mas também, e principalmente, ignoram a urgente necessidade de
preparar crianças e jovens para uma sociedade em que a troca de informações e a
mediação pública se dão maciçamente por meio de imagens e sons.
Sérgio
Rizzo
http://bemtv.org.br/portal/educomunicar/pdf/escolacontempla.pdf
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